A banalização do diploma universitário

Qual seria a função de uma universidade, se o foco não estivesse na nota colada, na chamada infantilizante e nem no diploma frívolo, mas sim na preparação de profissionais com excelência para o mercado de trabalho?

Crédito da foto: @jannoon028 em freepik
Depois de escrever o texto “Como seria a educação sem chamada e nota?”, pude participar de algumas rodas de conversa com universitários e em todas às vezes notei um brilho de empolgação nos olhos dos alunos, alguns sorrisos acanhados e outros debochados. Um ponto foi comum em todas as conversas: as muitas questões em torno do diploma.
- Como receberíamos o diploma?
- Em quanto tempo teríamos o diploma nas mãos?
- Com qual parâmetro a universidade nos daria o diploma?
- Qual seria a credibilidade desse diploma que não teve nota?
Pensei em uma resposta rápida para os alunos: Não teria um tempo exato, bastava os alunos serem capazes de fazer (produzir/realizar) com excelência... mas logo depois de tantas provocações sobre o diploma, comecei a questionar minha resposta e minha cabeça borbulhou de dúvidas:
Temos um índice de mais de 70% dos formados atuando fora da área de formação?
O diploma abre portas de emprego?
O diploma é sinônimo de capacitação?
Basta pagar a mensalidade para garantir um diploma?
Mesmo com notas baixas, todos ganham diploma no final?
Qual a real função do diploma hoje em dia?
O diploma só serve para pegar poeira?
O diploma representa a bagagem de aprendizagem?
Universidade que não tem DP é mais legal ou mais enganadora?
O aluno é cliente, sempre tem razão e não precisa sair da zona de conforto para aprender e ter o diploma?
Os professores tem que dar nota mínima de corte para que todos passem?
A coordenação não quer aluno bombando por faltas?
O diploma é a prova da formação em uma profissão?
Somente os alunos que sabem fazer com excelência ganham diploma?
Qual o índice de analfabetos funcionais diplomados em nosso país?
Ter diploma melhora o salário? Um caso de exceção: já tive um aluno que cursava a universidade por aumento salarial. Ele era funcionário público. Neste caso, não seria mais confortável se graduar em modalidade à distância (EAD)? Sem ter que gastar dinheiro com condução, lanche e ainda pouparia de ter chateações com colegas de sala e professores?

Como seria uma universidade sem diploma?

As universidades se transformaram no novo ensino médio, infantilizando seus alunos e exigindo dos professores um tratamento complacente e leniente com os jovens “coitadinhos e imaturos”. Com a política de “diploma para todos”, não importa se aprendeu, se produziu, se participou do feitio dos projetos, se comprou o projeto pronto, se pagou alguém para fazer, se nunca leu um livro da área, se não sabe escrever direito, se não sabe o básico da profissão, se não sabe de nada da faculdade, pois passou 4 anos frequentando os bares, colando nas provas múltipla escola e burlando os processos de aprendizagem.

São diplomas frívolos, nas mãos de jovens sem conteúdo.


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