Que tal rankear as universidades pela empregabilidade dos formados?

- Pedagogos se formam sem noção de como atuar em sala de aula. 
- Designers se formam sem criatividade e noção estética.
- Jornalistas se formam sem saber qual seu estilo de redação jornalística.
- Publicitários se formam sem entender o fluxo de uma campanha.
E assim por diante.

“...tenho encontrado mais pesquisas que corroboram com o que venho falando faz anos, a universidade será um espaço de fomentar a inovação e o empreendedorismo. A universidade irá se assemelhar a um HUB ou Espaços de Coworking, que são espaços colaborativos, com laboratórios de desenvolvimento tecnológicos, incubadoras para novas Startups e aceleradoras. Um espaço vivo de aprendizagem por projetos interdisciplinares e transdisciplinares, com alunos altamente curiosos e professores mentores ou facilitadores.” (texto completo: Uma universidade que olha para o futuro)

Era uma turma de último semestre da faculdade. Perguntei quantos atuavam na área que estavam prestes a se formar. Apenas 4 alunos levantaram a mão.
Aos que não levantaram a mão, eu perguntei quantos tinha currículo, Linkedin e portfólio prontos. Somente um aluno levantou a mão. 
Perguntei aos outros alunos, qual seria o plano para ingressar na área? Já que estágio seria quase impossível, por conta do pequeno prazo até a conclusão do curso.
Um aluno rapidamente resolveu compartilhar seu plano: “quando eu terminar a faculdade, eu irei montar meu portfólio e currículo, coisa que não consigo fazer agora, pois trabalho e ainda tenho que fazer os projetos da faculdade”.
Dei um sorriso amarelo. Minha primeira impressão foi que a resposta dele não passava de uma boa desculpa e continuei meus questionamentos com naturalidade, mas aquele rapaz colocou uma pulga atrás da minha orelha.
Lembrei-me de todo relato de Alan, que no penúltimo semestre da faculdade, fazia parte de uma turma de futuros jornalistas que não escreviam, não tinham blog, não praticavam e desenvolviam um estilo de redação jornalística, não liam, apenas estavam levando os semestres da faculdade, acreditando na ilusão do poder de um diploma, mesmo sendo alunos sem produção. (texto completo: "O Ensino Médio não te preparou")
O que esses jovens fazem por tantos semestres na faculdade que não produzem ou desenvolvem o que é essencial para entrar no mercado de trabalho?
Vejo professores altamente competentes, universidades bem estruturadas, alunos interessados, mas toda boa vontade “morre na praia” ao perceber que o mais importante é cumprir exigências inúteis do MEC.
- Por que o MEC vive atrapalhando a aprendizagem com exigências banais? 
- Por que somos obrigados a praticar um adestramento emburrecedor para o provão do MEC?
- Por que sobrecarregamos os alunos com teorias fragmentadas, sem aplicabilidade e fora do contexto? 
- Qual a necessidade do MEC de ser um controlador autoritário? 
- Até quando as instituições de ensino serão infantilizadas pelos mimos do MEC e terão sua autonomia (prevista em lei) desrespeitada?
- Não seria mais funcional preparar esses alunos para o mercado de trabalho e rankear as universidades pela empregabilidade dos formados?



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Comentários

  1. Mais uma vez, Tina pondo não apenas os pingos nos "is", mas as interrogações pertinentes. Há uns 4 anos, fiz uma pesquisa, uma pequena coleta de dados por meio de um formulário online, que distribuí o link entre ex-alunos por e-mail e pelo Facebook. As respostas foram surpreendentes. Toquei em algumas premissas que seu texto destaca. Uma experiência de start-up ou de coworking na aprendizagem pode ser sim importante na formação pelo protagonismo. E pode ser realizado por multimeios combinados entre si.

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    1. Amigo Dantas, nos intriga essa necessidade do MEC em nivelar por baixo todo sistema educacional. Controlar uma população que sabe voar é complicado, melhor mantê-la na gaiola.

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