O MEC e sua máscara de bom moço
O
Ministério da Educação é um órgão do Governo Federal do Brasil.
De
tão preocupado com a educação, ele dita regras, dá parâmetros, fiscaliza e
pune.
Ele
controla o que, como e quando os conteúdos devem ser ensinados, as avaliações e
os rankeamentos.
Controla
os agrupamentos de alunos, séries, turmas e ciclos.
Controla
até a linha de corte pela data de aniversário das crianças.
Controla
a arquitetura das salas, dos banheiros, o tipo de pátio e iluminação.
Controla
livros, ilustrações, materiais, uniformes, meias e tênis.
Controla
o lanche, o recreio, os brinquedos e os bebedouros.
Controla o tempo de ficar quieto, de parar de mexer o corpo, de ter fome e vontade de fazer xixi.
Controla o tempo de ficar quieto, de parar de mexer o corpo, de ter fome e vontade de fazer xixi.
Controla
os relatórios, os documentos, as perguntas e as respostas das escolas e
universidades.
Controla
os professores, os coordenadores, os diretores e os supervisores, que controlam todos.
Controla
até os “amigos do rei” que ganham cargos privilegiados.
Controla
as escola e universidades públicas e não satisfeito com todo esse controle, esse "moço bem intencionado" controla também as escolas e universidades privadas.
Com
tanto controle, fica complicado garantir o artigo 15 da LDBEN (Leis de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional) que estipula
e regulamenta a autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira das
escolas.
Controle e autonomia são conceitos
que não se misturam.
O
controlador infantiliza o controlado, o trata como incapaz de tomar decisões e
ser responsável pelas consequências de suas escolhas. Como resultado, o
controlado não tem espaço para pensar ou inovar.
Todo
esse controle aprisiona as escolas e universidades a um modelo fracassado, que
nos mantem entre os 10 piores países do mundo em educação pelo ranking do PISA
(Programa Internacional de Avaliação de Estudantes).
Pouco
fez e faz o MEC para nos tirar deste local tenebroso que estamos faz décadas.
Em
2015, em um lampejo de sanidade pedagógica, o MEC lançou um edital de
reconhecimento das Escolas Inovadoras e Criativas no Brasil.
Como
sou uma entusiasta da transformação da educação universitária, na ocasião
questionei a Assessora Especial do MEC se haveria um edital para as
universidades. Não recordo exatamente as palavras que ela usou em sua resposta
negativa, mas sua risada me marcou. Ela disse que não havia universidades
inovadoras e criativas suficiente para se lançar um edital.
Após
4 anos do lançamento deste edital, reconhecimento e certificação de mais de 170
escolas pelo Brasil, a página do mapa das escolas saiu do ar do site do MEC.
Em
relação às universidades, continuo a afirmar que conheço apenas 3 universidades
inovadoras e criativas no Brasil.
Essa
semana li com muita tristeza essa matéria: “60% dos professores no Brasil são formados a distância; qualidade é inferior”. Mas os cursos universitários EAD também são
controlados pelo MEC.
Em
breve teremos uma queda na qualidade dos cursos presenciais, pois neste ano, o
MEC aumentou a permissão de 25% para 40% de aulas EAD em cursos universitários
presenciais.
Qual
será a real intenção desse “bom moço” preocupado com a educação?
Controlar uma população que sabe voar é complicado, melhor mantê-la na gaiola.
O MEC controla tudo, até nossa permanência entre os 10 piores países no mundo em educação.
O MEC controla tudo, até nossa permanência entre os 10 piores países no mundo em educação.
Fonte da ilustração desconhecida. Caso alguém tenha essa informação, terei o prazer de atribuir os créditos.
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